quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Toxicodependência

A toxicodependência constitui-se como uma dependência de uma droga ou substância que provoca adicionalmente perturbações psicológicas.

As drogas não são todas iguais quanto à sua toxicidade: algumas, como a cocaína e a morfina, são muito tóxicas; outras, como o álcool, podem ser ingeridas, conquanto que seja com moderação. Por outro lado, a heroína, ao contrário do álcool, é uma droga com menos efeitos tóxicos a longo prazo, mas apresenta uma enorme capacidade de criar adição.
O que atribui maior perigosidade, ao nível do consumo de drogas e do seu prolongamento, é um conjunto de fatores que estão relacionados entre si: desde as propriedades da substância, às características psicológicas do consumidor e o ambiente social que o rodeia. Significa isto que pessoas diferentes, integradas em meios diferentes, apresentam um maior ou menor probabilidade de se tornarem dependentes de uma determinada substância.

Ou seja, capacidade viciante de uma droga depende da relação que o consumidor possui com ela, apesar de certas drogas tenderem mais rapidamente para comportamentos aditivos. No vocabulário popular, o termo "drogas leves" costuma ser utilizado para nos referirmos a prescrições médicas que determinam o uso de certo tipo e dosagem de droga, para fins medicinais. Por exemplo, a marijuana provoca mudanças comportamentais, o que a pode tornar perigosa, como na condução de veículos, mas é utilizada para fins medicinais, como em cosméticos.

No que se refere às características psicológicas do consumidor, a adolescência é uma fase difícil para cerca de um terço dos jovens que pode provocar frustrações que os levam a enveredar por estas substâncias. Uma reduzida autoestima, a necessidade de aprovação social, a não-aceitação sistemática de normas sociais, a predisposição para doenças mentais, são outras características que tornam algumas pessoas mais suscetíveis de recorrerem a estas substâncias e de se tornarem dependentes delas. 

No que se refere ao meio ambiente, o papel da família, da escola, do local de trabalho pode ser determinante no aparecimento de uma dependência ou, inversamente, na sua deteção e correção precoces. O nível socioeconómico é também relevante, sendo que deve ser igualmente referido o impacto da comunicação social e da publicidade.

Em Portugal, entre 2001 e 2022, o consumo de drogas ilícitas aumentou, entre as mulheres de 4% para 7,4% e, para os homens, de 11,7% para 18,6% em 2022, numa amostra de 12 mil pessoas, entre os 15 e 74 anos. Estes valores aumentam quando se isola a população dos jovens adultos (15-34 anos), com o consumo das mulheres a passar de 7% para 9,6%, e dos homens, de 18,2% para 21,8%.

As drogas psicoativas, como o LSD, alteram a mente. Eles podem mudar a maneira como as pessoas pensam, agem e sentem. O abuso de drogas pode levar a que o consumidor se torne paranoico ou violento. Efeitos colaterais psicóticos, como alucinações e delírios, também são previsíveis. Embora o abuso de substâncias possa fazer com que as pessoas se sintam bem temporariamente, as drogas também podem diminuir a nossa capacidade de escolha e aumentar a probabilidade de corrermos riscos que podem levar até mesmo a consequências legais ou criminais. 

Práticas inseguras de consumo de drogas, como através de agulhas infetadas, pode resultar em doenças como a SIDA ou hepatite. O abuso de drogas aumenta muito o risco de contrair uma infeção viral potencialmente incurável, transmitida através de fluidos corporais ou sangue. O uso de drogas também pode levar à overdose, que pode causar coma, danos cerebrais e morte. Apenas em 2021, Portugal registou 121 mortes devido a overdose de droga e álcool.

Além do seu potencial cancerígeno, o abuso de drogas pode incorrer em problemas psiquiátricos, como a depressão, ansiedade, perda de memória e de capacidade de movimentação. Certas substâncias podem inclusivamente destruir as células do sistema imunitário e afetar as hormonas corporais, ao desregular ciclos menstruais e provocar infertilidade.

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