O conceito de alcoolismo associa-se com a generalidade dos problemas físicos e psicológicos provocados pelo álcool. Ocorre quando a sua ingestão causa complicações de saúde várias, que podem comprometer, com maior ou menor severidade, o bem-estar do consumidor e daqueles que o rodeiam.
Portugal surge sistematicamente entre os maiores consumidores de bebidas alcoólicas a nível europeu e mundial. Num estudo publicado por volta de 2019, encontraram-se estimativas de 58 mil doentes alcoólicos em pessoas com mais de 15 anos de idade. Isto é, cerca de 7% da população portuguesa. Regista-s também que está relacionado com grande parte dos casos de morte em acidentes de automóvel em Portugal (das mais elevadas da UE), 50% dos homicídios (por exemplo, associados a casos de violência doméstica) e 25% dos suicídios.
O efeito que o álcool possui sobre o consumidor está relacionado com outros fatores, como o sexo, a idade ou ter amigos ou familiares que bebem regularmente.
O álcool estimula a libertação de dopamina no cérebro. Este é o químico que produz sensações de prazer e satisfação, que fornece um alívio temporário e prejudicial contra o estresse e nervosismo. O uso de álcool pode, na verdade, causar alterações no funcionamento do cérebro, o que desempenha um grande papel no que torna o álcool viciante. Além disso, o álcool é considerado como um ponto de partida para o consumo de outras drogas, como o tabaco ou a marijuana.
O álcool fragiliza o sistema nervoso, afetando a sua capacidade de raciocínio e emoções e interfere ainda na fala e na coordenação muscular. Assim sendo, aumenta o risco de acidentes de viação, reduz o desempenho no trabalho e na escola e aumenta a probabilidade de se cometerem crimes violentos. Agrava ainda a possibilidade de complicações médicas como hepatite, cirrose e cancros, problemas digestivos e cardíacos (hipertensão e AVC), disfunção erétil, dificuldades de visão e anomalias congénitas no caso de consumo durante a gravidez.
Existem muitos fatores que podem dar aso a consumo e abuso de álcool, nomeadamente, problemas pessoais em relacionamentos sociais, estresse, ansiedade e depressão, insónias e problemas na escola/trabalho. É importante identificar esses fatores de risco adequadamente, para que potenciais consumidores alcoólicos evitem enveredar por situações de consumo que conduzam ao abuso.
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